Em matéria para a Folha de S.Paulo. a jornalista Cláudia Collucci revela que a empresa norte-americana de dispositivos médicos Zimmer Biomet Holdings Inc. admitiu à Justiça dos Estados Unidos o pagamento de propinas a médicos do SUS em troca de facilitação na venda de produtos a hospitais públicos brasileiros.
Segundo documentos a que Folha teve acesso, a corrupção teria ocorrido entre 2000 e 2008 e envolveu pagamentos de comissões de 10% a 20% do valor de produtos da empresa, que, entre outros, fabrica próteses para cirurgias de quadril e de joelho.
A ação não menciona nomes nem valores, mas diz que a empresa lucrou cerca de US$ 3,2 milhões (aproximadamente R$ 10,6 milhões) com suas vendas no Brasil no período entre 2009 e 2013.
O caso veio à tona agora porque a Zimmer e outras sete fabricantes multinacionais estão sendo processadas pela Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) nos EUA por fraudes que ultrapassam US$ 100 milhões no comércio de órteses e próteses no setor privado.
Segundo a denúncia, por meio de suas subsidiárias e distribuidores no Brasil, as multinacionais pagaram propinas a médicos e a hospitais, com a intenção de influenciá-los a usar seus dispositivos em detrimento de outros mais baratos ou mais adequados.
A prática, que ficou conhecida como “máfia das próteses”, traz prejuízos aos planos e ao SUS, que pagam por produtos superfaturados.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, foi informado publicamente há um mês sobre a confissão da Zimmer, mas, segundo Pedro Ramos, diretor da Abarmge, nenhuma providência foi tomada. Em nota, o Ministério da Saúde disse que Barros havia pedido à Abramge o envio formal do pedido para investigação do caso, mas que isso ocorreu apenas agora.
Leia aqui a matéria completa.
Fonte: Folha de S.Paulo, 1/7/2017, por Cláudia Collucci
