Publicado em: 17-01-2018

Empresa de brasileiros nos EUA estaria vendendo fosfoetanolamina sintética falsa

By | 17/01/2018

O site medscape.com, desenvolvido em diferentes línguas e voltado exclusivamente a profissionais da saúde, revelou, em matéria publicada na segunda semana de janeiro, que análise realizada com o produto vendido no Brasil, sob forma de suplemento alimentar, não contém sequer traços da fosfoetanolamina sintética.

Segundo o site, a análise foi feita pelo Laboratório de Química Orgânica Sintética da Universidade de Campinas (Unicamp), a pedido do grupo gaúcho de comunicação RBS – em outubro, um ex-sócio da empresa americana que produz o suplemento, a Quality Medical Line, denunciou que o produto estaria sendo falsificado para reduzir os custos de produção.

“Não há sequer traço de fosfoetanolamina no lote que analisamos,” afirma ao Medscape Luiz Carlos Dias, professor-titular do Instituto de Química da Unicamp, pós-doutor em Química pela Harvard University, que coordenou o estudo.

Dias também diz não ter encontrado a vitamina D que os produtores da chamada pílula do câncer alegam ter acrescentado à fórmula original. Além disso, o professor afirmou que a fosfoetanolamina é um composto solúvel em água, mas as cápsulas que testou seriam 96% insolúveis. “São cápsulas absolutamente inócuas, como se fossem cápsulas de farinha”.

Histórico – Marcos Vinicius Almeida, bioquímico, e Renato Meneguelo, clínico geral, romperam com o grupo de Chierice há mais de um ano. Depois da proibição da substância e do fiasco dos testes em pacientes oncológicos realizado pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), decidiram vender a fosfoetanolamina como suplemento alimentar, categoria que lhes permite escapar da regulamentação exigida para medicamentos.

Para isso, se associaram à Quality Medical Line, empresa com sede em Miami e com proprietários brasileiros, para produzir o composto. No site da empresa, eles alegam seguir a formulação de Chierice, apenas acrescentando vitamina D e “pelo fato da rota de síntese ter sido aperfeiçoada”. Como o suplemento não é reconhecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as vendas são realizadas pelo correio, individualmente, por meio da empresa uruguaia Federico Diaz. Cada frasco custa US$ 90.

Questionada pela Medscape, a Quality Medical Line alega não ter recebido os laudos, que foram enviados pelo grupo RBS, e desqualifica o denunciante, Humberto de Lucca, ex-sócio do grupo. O site da Medscape ainda apurou que De Lucca tem considerável ficha policial, sendo acusado de estelionato, falsidade ideológica e porte ilegal de armas, entre outros. Por sua vez, De Lucca alega que Almeida e Meneguelo se surpreenderam com a enorme demanda pelo produto, ao que teriam recorrido a produtores chineses para baratear os custos em até 75%, falsificando o composto.

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